Era o inicio da viagem e era tudo muito novo. Tinham chegado no dia anterior de madrugada e estavam ainda afectados de uma forma que uma viagem por 4 zonas horárias nos afectam. As horas locais e escuridão lá fora confirmava o que o corpo parecia desmentir, era hora de jantar. Durante o dia tinham passeado pela cidade e feito o que os turistas fazem com a diferença que quiseram ir a um restaurante tipico em vez dos sitios turisticos. Preferiam categorizar-se como viajantes e não apenas turistas. Queriam provar um pouco mais que apenas o "tour geral". Na conversa animada durante o almoço com o guia tinham recebido 3 ou 4 sugestões diferentes para o jantar. Tinham escolhido a que parecia mais diferente.
A viagem de taxi tinha sido inclinada e sinuosa, mas rápida. Em 10 minutos apenas tinham chegado ao ponto mais alto da cidade. Ponto alto marcado por uma igreja como que mostrando o desejo do homem estar mais perto de Deus. Ao lado da igreja estava o convento que marcava o destino para uma refeição que seria literalmente conventual.
O restaurante estava calmo. Seria caso para dizer que estava tão calmo como um convento se de facto não se tratasse de um convento. Como qualquer restaurante em que os donos e empregados eram monges. Estava na colina mais alta da cidade e tinha uma vista de cortar a respiração. Era noite e as estrelas acima confundiam-se com as luzes da cidade abaixo. Lembrava a vista da janela de um avião à medida que nos apróximavamos do aeroporto. As janelas aqui eram maiores que as do avião e sabiam aproveitar a vista que tinham. Havia ainda um jardim tão pouco iluminado como era muito romantico.
No ar pairava musica clássica vinda de um Grande Piano numa sala que não era aquela para que os levavam. O restaurante era dividido em salas com um máximo de cinco mesas por sala. Dava um ar ainda mais requintado e único ao restaurante, como se não bastasse tudo o resto. A sala para que os levavam estava suficientemente iluminada para se poder comer um peixe com muitas espinhas, mas não o suficiente para se falar confortavelmente em alta voz. Engraçado o efeito que a luz tem na sonoridade da nossa voz. A vela na mesa dava o toque final.
Cozinha requintada, mediterranica a que estamos habituados, mas num local pouco provavel ali entre o pacifico e o caribe. Os monges, vestidos a rigor, passeavam silenciosamente entre as mesas servindo ora vinho, ora água ora comida. Bifes de aspecto suculento apresentados com rigor decorativo dignos de um qualquer restaurante de luxo Europeu. Não é à toa que chamam à Costa Rica a Suissa da América Central. Tudo que os rodeava parecia prometer um evento gastronómico digno de memória.
Estavam sozinhos naquela sala. Os odores, o ambiente, a música, o requinte... tudo acentuava a sensação de romance que apenas uma viagem de lua de mel pode ter. Com as difíceis escolhas de entradas, pratos principias e vinho feitas podiam agora conversar e provar os pequenos pratinhos com couverts diferentes deixados pelo empregado de robe com capuz e cinto de corda. O vinho veio pouco depois e com ar entendido ele abanou a cabeça dizendo que sim ao vinho Chileno, já que segundo o monge, a produção vinícola Costa Riquenha é tão fraca quanto a de café é forte.
Chegaram as entradas trazidas pelo já familiar monge e com elas entrou mais um "irmão" à frente de um casal com uma criança. Era o final da intima solidão na sala. Tinham agora mais alguém com quem partilhar a experiência de um jantar sagrado no topo da cidade.
...continua amanha ou depois....
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2 comentários:
Esse jantar fo qdo?
O casal com a criança ter entrado foi bom??
ainda ñ esceves-te o pq do diferente...
até amanhã
Bjos
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